quinta-feira, 24 de junho de 2010

Como um game está mudando a indústria musical




Lançado em 2005, pela Harmonix Music Systems, o game Guitar Hero para Playstation 2 prometia transformar qualquer um em astro do rock. Bastava um tiquinho de coordenação motora, o mínimo de ouvido para ritmo e um controle em forma de guitarra (sim, você pode jogar com o controle normal, mas é muito mais complicado e infinitamente menos divertido).

Em sua primeira edição, o jogo trouxe 30 músicas, indo dos 60 aos anos 2000. Com nomes como Ramones, ZZ Top, Incubus, David Bowie, Cream, Pantera, entre outros mais ou menos votados. Vendeu bem mais que o esperado, ganhou prêmios da indústria dos games e iniciou uma nova era.

Bastou para que em 2007 a continuação da série fosse lançada, Guitar Hero II, dessa vez também para XBOX 360. Em dezembro daquele ano as vendas dessa versão já estavam muito acima do esperado . O tracklist ia de My Chemical Romance a Kiss, passando por Nirvana. No mesmo ano, aproveitando a boa onda, a Harmonix soltou a primeira versão temática do jogo, Guitar Hero Encore: Rock the 80s, onde cenário, personagens e músicas eram oitentistas. Skid Row, Judes Priest e Twisted Sister foram algumas das bandas presentes.

Agora com a porteira aberta e muito dinheiro entrando, as empresas responsáveis emendavam um jogo no outro. A sequencia veio com Guitar Hero III: Legends of Rock. A novidade dessa versão foi a participação de guitarristas famosos. Gente como Tom Morello e Slash viraram personagens com os quais o jogador podia duelar. Sem falar na última fase, onde você é desafiado pelo Lou, o capeta em pessoa.

Em 2008, Guitar Hero World Tour, o quarto jogo da série, começou a abrir os olhos de bandas que restringiam suas músicas. Além de ser o primeiro Guitar Hero a abrir sua plataforma para outros instrumentos, coisa que só havia no semelhante Rock Band. O track list é o mais abrangente possível, indo de Willie Nelson a Oasis.

A essa altura do campeonato, ninguém podia negar que ter sua música num dos jogos era um bom negócio. Melhor que isso, só tendo um Guitar Hero inteiro somente para sua banda. Os primeiros a aceitarem foram os senhores do Aerosmith, que em 2008 estrelavam Guitar Hero: Aerosmith. Seguindos em 2009 pelo Van Halen e pelos doutores do Metallica, que depois de muita insistência, liberaram o Guitar Hero: Metallica. A banda era sonho antigo dos jogadores, mas quem tem alguns anos de vida lembra de toda a luta de James Hetfield e cia contra a pirataria, Napster, e qualquer outro veículo que contivesse suas músicas. Demorou, mas eles abriram o coração para algo que podia ser extremamente lucrativo e válido para a banda.

Em 2009, Guitar Hero 5 também trouxe 85 músicas de 83 artistas diferentes e mais uma peleja em relação a direitos e imagem. Nessa edição, Kurt Cobain aparece como um personagem jogável, porém apesar do uso de imagem ter sido plenamente aprovado pela viúva Courtney Love, a mesma não gostou do fato de Kurt poder ser visto tocando e cantando músicas de outros artistas.

Agora para 2010, mais novidades são previstas para o próximo Guitar Hero: Warriors of Rock. Dessa vez, o Soundgarden, que não apresenta música inédita desde 1997 promete uma para o jogo. A previsão de lançamento é Setembro desse ano.

A mesma Hamornix desenvolveu o já citado Rock Band, onde além da guitarra, é possível jogar com um baixo, uma batera e vocais. Porém o grande trunfo do Rock Band veio em 9/9/2009. Beatles Rock Band foi um dos jogos mais aguardados da história. Com 45 músicas indo dos discos Please, Please Me a Let it Be, teve instrumentos lançados especialmente para a ocasião, como a bateria com o logo da banda e o baixo Hofner do Paul. Totalmente aprovado pelos detentores do espólio dos Beatles, tem uma concepção visual muito bacana que vai passando por todos os estágios criativos da banda. Ganhou diversos prêmios da indústria e já ultrapassou a marca de 1 milhão de cópias vendidas.

Hoje em dia é inegável a transformação que jogos como Guitar Hero, Rock Band e DJ Hero (versão jogada com uma mesa de som e como o próprio nome diz, você simula um DJ). Na visão da maioria das bandas é um bom negócio ter suas músicas inclusas em jogos assim, é a oportunidade de alcançar talvez um público que não se alcançaria normalmente.

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